Embasado no que foi estudado, pesquisado, dialogado e analisado sobre o tema da Inclusão, viemos a concluir que devemos considerar a perspectiva de aproximação da Educação Física Adaptada e da Educação Física Escolar, sob a luz da educação inclusiva, que as mesmas podem ser entendidas como um passo significativo na direção de uma escola para todos. Este novo momento de integração e inclusão requer participação e interação efetiva dos alunos nas aulas, transcendendo o campo do fazer na direção das inter-relações pessoais e dos possíveis conhecimentos adquiridos por meio desse fazer. Embora vários fatores possam influenciar nessa participação discente, observamos que a ação, a intervenção e a interação do professor merecem atenção significativa no que se refere à participação ou distanciamento dos alunos na Educação Física. É neste momento e dentro das limitações de suas atribuições que a ação do professor de Educação Física pode contribuir para a construção de um novo olhar em relação às pessoas com deficiência. Não adianta belas propostas, planos de ensino e ementas “politicamente corretas” se esses docentes ainda não tiverem interiorizado essa forma respeitosa que os Direitos Humanos, a Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases, entre outros elementos legais preconizam em relação aos também, cidadãos com deficiência.
A formação não termina na graduação, ela é permanente, por meio da busca de cada um, no sentido de entender o outro dentro de suas particularidades e necessidades no processo educacional e da convivência social. Ao assumir e promover essa participação/interação acredita-se que a Educação Física na escola, em sua interface com os alunos com necessidades especiais incluídos, possa reconhecer e aproximar-se das necessidades educativas dos mesmos, compreendendo limitações, buscando possibilidades e valorizando potencialidades, na perspectiva de, no mínimo, incorporar as diferenças. Assim, entendemos que o professor assume papel fundamental nesse processo, no sentido de tornar-se o mediador, o facilitador ativo do processo, cabendo-lhe promover as adaptações, os estímulos, e as orientações necessárias para o desenvolvimento dos alunos e a sua interação com o meio, e que, infelizmente não é a realidade que encontramos nos docentes de nosso município, cuja maioria não se sente preparado técnica e pedagogicamente para trabalhar com esses alunos, bem como amparados com recursos materiais e suportes técnicos do próprio município para efetivamente realizar a inclusão dos mesmos.
Devemos ter um modelo de formação mais reflexivo nos cursos de graduação, uma maior aproximação da relação teoria-prática, em conjunto com uma disseminação mais abrangente dos conhecimentos cientificamente produzidos, que podem representar uma perspectiva de melhora para os profissionais de Educação Física no momento da atuação propriamente dita com esses alunos incluídos. Devemos reconhecer e assumir que o professor é um elemento importante, muitas vezes decisivo, na construção e na efetivação de um processo inclusivo. Os desafios para superar e conviver com as diferenças são muitos e, por mais adversas que se apresentem as condições de trabalho docente, torna-se importante refletir sobre nossas ações com a maturidade e o distanciamento necessário para enxergarmos não somente os equívocos, mas também os caminhos possíveis a serem percorridos.
Infelizmente através dos estudos e entrevistas constatamos a nossa hipótese inicial, na qual encontramos docentes parcialmente preparados em várias vertentes, desde a questão de não conseguir realizar efetivamente a inclusão, até mesmo o conhecimento parcial sobre o assunto e como agir pedagogicamente frente a uma situação de alunos com necessidades especiais. Queríamos com essa pesquisa e revisão bibliográfica, levantar que a inclusão de alunos com necessidades especiais passa obrigatoriamente pelas mãos do professor, e que o docente em Educação Física deve possuir o conhecimento e a identificação diagnóstica de cada aluno, de cada deficiência para organizar seu programa e planejamento de atividades físicas possibilitando o desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social, ou seja, um desenvolvimento global harmônico, dos alunos deficientes. E para isso, o mesmo deve ter uma base sólida em sua graduação na questão da Educação Física Adaptada, para que efetivamente consiga realizar essa inclusão trabalhando a motivação e potencialidades desses alunos, bem como necessita de um auxílio do município em relação a recursos pedagógicos, materiais e formação continuada para que a cada dia, possa realizar efetivamente um processo de inclusão dentro da escola e consiga refletir essas ações para toda sociedade.
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