quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Cancún sedia campeonato regional de dança com cadeiras de rodas

É o primeiro campeonato do tipo na região. Evento conta também com modalidade mista.

 

Cancún, no México, sediou seu primeiro campeonato regional de dança com cadeiras de roda neste sábado (22.09.12). As fotos do evento foram divulgadas nesta terça-feira (25.09.12)


É o primeiro campeonato do tipo na região e o evento contou também com modalidade mista.


Simplesmente fantástico a garra e determinação destes competidores, que ditam ao mundo que é se quiser e com fé TUDO poderá ser feito!!!


Parabéns a estes exímios dançarinos, tanto pela arte quanto pela história de vida!!!


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

De próteses a recordes, Daniel Dias destrói barreiras: 'Escolhi ser feliz'

Com seis ouros e cinco recordes em Londres, nadador grava o nome na história do esporte paralímpico brasileiro e celebra: 'Sou atleta. Ponto final'



Daniel Dias cresceu no interior de Minas Gerais com uma "mania" que enlouquecia os pais: quebrar próteses. A má formação congênita dos membros nunca foi problema para a criança que se metia no meio dos amigos em peladas pelas ruas. O tempo passou, e a bola deu lugar a piscina. A rotina de "destruidor", entretanto, permanece intacta. No lugar das pernas mecânicas, Daniel quebra recordes. Um atrás do outro. Mundiais, paralímpicos, de medalhas... Vencer é um verbo que ele conjuga diariamente. Em Londres foi assim. Literalmente. Com seis ouros em seis provas individuais (passou em branco nos dois revezamentos), o nadador volta ao Brasil como maior atleta paralímpico da história do país. Consagração de quem riscou ainda na infância uma palavra do dicionário: limitação.


- Sempre aceitei (a deficiência) e fui feliz assim. É questão de escolha. E eu escolhi ser feliz. O resto nós buscamos com determinação e fé.
Daniel Dias buscou e escreveu, com apenas 24 anos, uma história impressionante. Há apenas sete anos no esporte - começou após ver Clodoaldo Silva brilhar em Atenas-2004 - o paulista de Campinas já coleciona 15 medalhas em duas Paralimpíadas: 10 ouros, quatro pratas e um bronze. O currículo tem ainda 19 ouros em Parapans, outros oito em Campeonatos do Mundo, dez recordes mundiais e um prêmio Laureus, o "Oscar do Esporte".
Conquistas suficientes para colocar o nadador entre os maiores do esporte brasileiro. A divisão entre olímpicos e paralímpicos não cabe mais. E o próprio Daniel é claro ao definir:
- Eu sou um atleta. Ponto final.


Um filme passou por sua cabeça, a sensação de dever cumprido era evidente, mas muita coisa ainda está por vir. Na conversa, o brasileiro confessou as noites em claro na Vila Olímpica de Londres, lembrou o momento exato onde o esporte competitivo entrou em sua vida e revelou que, apesar da vontade de descansar, comer hambúrguer e tomar refrigerante, os Jogos do Rio já ocupam sua mente. Confira todo o bate-papo abaixo:

Oito provas, seis ouros, quatro novos recordes mundiais e um paralímpico. Tudo ocorreu dentro do esperado? A sensação é de meta cumprida?
Se eu falar que não foi dentro do esperado, vou estar de brincadeira (risos). Os Jogos foram fantásticos. Marcaram a minha carreira para sempre. Saio com o objetivo cumprido. Sem dúvidas. Seis provas individuais, seis ouros. Estou muito feliz e grato a Deus.

Esse resultado o coloca em outro patamar a nível mundial? Você já se vê como um dos maiores nomes do esporte paralímpico?
Acho que o pessoal passa a respeitar mais não somente a mim, mas o Brasil. Passam a saber que também somos potência e estamos investindo no esporte, que 2016 promete. Não seremos só Daniel e André. Muita gente está chegando aí. Espero que as pessoas vejam o esporte paralímpico de outra maneira no Brasil. Esse negócio de respeito eu deixo para os adversários. Acho que eu já era reconhecido. Essas conquistas são excelentes para o país.
Você evitou comentar muito o recorde durante a competição. Agora acabou.


Você já é o maior atleta paralímpico da história do Brasil. A ficha já caiu?
Antes dos Jogos, eu confesso que não tinha parado para pensar nisso. Mas com o tempo eu fui ganhando as medalhas, vocês (jornalistas) foram perguntando, aí começou a passar pela cabeça. Hoje posso dizer que as duas últimas noites eu não dormi, dormi muito pouco. Fiquei pensando em tudo que tem acontecido, que eu estava entrando para história do esporte brasileiro... Saio de Londres completamente feliz, honrado por ganhar tantas medalhas em tão pouco tempo. Posso dizer que Deus está comigo. Isso não é para qualquer atleta. Em duas Paralimpíadas, estou entrando para história. Tenho pelo menos mais duas e espero carimbar de vez o meu nome.

Qual a primeira coisa que passa na cabeça quando você bate na borda, olha o placar e vê seu nome no primeiro lugar, recorde mundial?
Primeiro, é muita gratidão a Deus por essa oportunidade de bater recordes, melhorar minhas marcas, ganhar medalha. Depois, logo busco os meus pais nas arquibancadas. No sábado, não consegui achá-los (risos). Mas sempre procuro logo e quando acho é uma satisfação incrível ver a comemoração e a alegria deles. Além disso, esse público de Londres foi incrível. Todos os dias estavam lotados. O pessoal gostou bastante de mim, foram grandes momentos.


Você diria que estes Jogos mudaram definitivamente a visão externa do esporte paralímpico? Acabou aquela história de se falar muito em superação e as Paralimpíadas estão consolidadas como competição, alto rendimento?
Sem dúvidas. Londres vai ficar marcado na história do movimento paralímpico por conta dessa mudança. É algo que sempre buscamos, fazer com que as pessoas possam, sim, ver a superação dos atletas, é até legal, mas ver também que a galera rala, treina muito. Muitos recordes mundiais foram batidos. Estamos em um momento onde se o cara não se dedicar 100% a isso, não vai chegar a lugar nenhum. O que pedimos agora é investimento. É algo que tem aumentado muito. Então, pensamos: imagina se investissem mais, onde poderíamos chegar?

Podemos dizer que hoje quem vem para as Paralimpíadas é visto como atleta, assim como qualquer outro? Acabou aquela visão de uma pessoa com deficiência que se supera no esporte?
Sem dúvidas. Podemos definir assim: eu sou um atleta. Ponto final.
Queria que você voltasse um pouco no tempo, lá em 2004, quando você descobriu o esporte paralímpico e decidiu fazer parte disso. Há algum momento marcante dos Jogos de Atenas que acabou mudando sua vida?
Foi um dia em que eu estava assistindo ao Jornal Nacional e passou uma chamada de que o Clodoaldo tinha conseguido mais uma medalha para o Brasil nas Paralimpíadas. A partir daquele momento, eu pensei: “Poxa, eu posso praticar um esporte”. Sempre gostei muito. Em 2005, já comecei a nadar e hoje estou aqui, com seis medalhas.


Você não fazia nada? Sua relação com o esporte era somente de torcedor?
Profissionalismo nenhum. Era só da escola. Na educação física ou depois da aula, quando ficava jogando futebol. Tudo que tinha para fazer, eu fazia. Vivia jogando futebol, basquete, vôlei... Ficava no meio dos amigos. Até que conheci o esporte paralímpico e comecei a treinar natação.

É nítido para quem te acompanha no dia a dia que você é um cara muito despojado, independente. Sempre foi assim ou mudou depois do esporte?
Sempre, sempre. Sempre fui uma pessoa muito feliz, ativa. Era de quebrar muitas próteses. Chegava em casa e até apanhava às vezes (risos). Minha mãe falava: “Você quebrou a prótese de novo?”. Mas eu não aguentava. Ela dizia: “Hoje você não vai jogar porque sua prótese não aguenta”. Eu sentava, ficava vendo meus amigos e não conseguia ficar ali parado. Não tinha essa. Acabava tendo que ir para São Paulo arrumar a prótese. Era sempre assim. Eu morava em Camanducaia, Minas. Posso dizer que fui uma criança como qualquer outra, independentemente da deficiência. Meus pais sempre me trataram como qualquer outra criança. Sou grato a eles por hoje ter essa independência, por ser assim.


Nunca teve nenhum tipo de trauma ou preocupação por conta da deficiência? A cabeça sempre foi boa, tranquila?
Sempre tive em mente que se Deus me fez assim foi por algum propósito. Sempre aceitei e fui feliz assim. É questão de escolha. E eu escolhi ser feliz. O resto nós buscamos com determinação e fé.

São duas Paralimpíadas, 15 medalhas, 10 ouros... Qual é seu próximo sonho? O Alex Zanardi depois de ganhar o ouro disse que precisava de uma coisa nova, um outro desafio, porque a missão estava cumprida. E você?
No momento, meu desafio é descansar (risos). Vai ser difícil. Mas no esporte sempre temos o que melhorar. No caso da natação, é uma briga contra o relógio constante. Quero melhorar meus estilos, acrescentar ainda mais ao esporte paralímpico brasileiro. Podemos chegar mais longe ainda. E quero fazer história. Mostrar o valor do ser humano para as pessoas, seja deficiente ou não. Somos capazes de realizar nossos sonhos, sem colocar limites para realização e capacitação.


Você tem a consciência de que, assim como o Clodoaldo te inspirou, muitas crianças te vêem pela televisão e também vão começar a praticar esportes, buscar uma nova realidade?
É como foi dito em Londres: “Inspirando gerações” (a frase foi o lema da competição no Reino Unido). Sei da minha responsabilidade e espero um dia, quem sabe, estar dando uma entrevista ao lado de uma pessoa que me assistiu e estará me superando. Seria fantástico. Torço para que isso aconteça. Para que consigamos melhorar ainda mais o esporte em geral no Brasil.

Aos 24 anos, você já disse que deve ter no mínimo mais dois Jogos Paralímpicos pela frente. A maior vencedora da história tem 46 medalhas e 32 ouros. Dá para buscar essa marca?
Caramba (risos)! Aí é muita coisa. É bem difícil. Quanto mais velho vamos ficando, temos que passar a priorizar uma prova ou outra. Até o Rio dá para nadar tudo isso novamente, depois não. Mas é algo que não penso agora. De repente, no futuro posso querer superar, mas no momento só quero ajudar o crescimento do esporte paralímpico brasileiro.


Por falar em Rio, Londres ainda nem acabou, mas já bate a ansiedade para competir em casa?
Sem dúvidas. Na última prova (revezamento 4 x 100m medley) quando a Grã-Bretanha foi anunciada o Centro Aquático veio a baixo. Fiquei imaginando como vai ser no Rio. O local lotado, todo mundo torcendo. Vai ser incrível para o esporte em geral no Brasil com Copa, Paralimpíadas, Olimpíadas.... Temos que aproveitar e curtir esse momento para entrar para história do mundo.

Depois de um ciclo com tantas vitórias, o que você planeja agora para as férias? Algo em especial que você quer fazer, comer, curtir?
Vou comer muito hambúrguer, tomar refrigerante... São coisas que tem na Vila e eu fiquei longe! Vou aproveitar agora. Também vou me casar em novembro, curtir um pouco a família, o casamento e treinar só ano que vem (Daniel dá uma gargalhada e olha para o treinador Marcos Rojo).

Para encarrar, nós sabemos que você é corintiano fanático. Uma viagem para o Japão para torcer no Mundial faz parte dos planos?
Vai, Corinthians (risos)! É difícil. Esse ano tem sido único. Como torcedor, ver o título da Libertadores foi fantástico. Posso dizer que foi o ano do Timão. Eu com seis medalhas, o Corinthians campeão... Espero que possamos ganhar o Mundial para fechar 2012 com chave de ouro.


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Em Brasília, Alan Fonteles é homenageado pela presidente

O paraense foi o único atleta mencionado nominalmente por Dilma Rousseff, que enalteceu a vitória sobre Oscar Pistorius

O paraense Alan Fonteles, ouro nos 200 metros nas Paralimpíadas de Londres, desembarca em Belém neste sábado (15.09.12), às 13h30, contudo, o reconhecimento pelo resultado obtido no maior evento esportivo do mundo começou nesta quinta-feira, dia 13, quando o atleta, na companhia de outros competidores brasileiros, foram recebidos no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), pelo ministro dos esportes, Aldo Rebelo, e pela presidente da república, Dilma Rousseff que, em seu discurso, mencionou, nominalmente, apenas o paraense.


– Quero fazer uma homenagem especial à vitória do Alan Fonteles. Ele provou, não só, que é fundamental respeitar a igualdade e oportunidade no início da competição e da vida, mas sobretudo, mesmo em alguns momentos em que parece que os vencedores tradicionais ganharam, é possível derrotá-los. E derrotar no bom sentido, respeitando o grande atleta que é o Pistorius. E, o tamanho da sua conquista, também se deve ao tamanho do Pistorius. Parabéns, Alan – disse a presidente do Brasil.


Que realmente estas homenagens não parem e que o incentivo financeiro e moral que está sendo prometido para este novo Ciclo Paraolímpico, realmente seja efetivo e que os nossos super atletas possam melhorar suas performances e que apareçam novos atletas e elevar ainda mais o nível do paradesporto brasileiro!!!

Com a presença de atletas, governo federal lança Plano Brasil Medalhas

Presidente Dilma Rousseff e ministro Aldo Rebelo anunciam investimento
de R$ 1 bilhão para desenvolver o esporte no país para os Jogos de 2016

 

 

A presidente Dilma Rousseff e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, anunciaram, nesta quinta-feira, em Brasília, o Plano Brasil Medalhas 2016, que tem como objetivo desenvolver o esporte olímpico e paralímpico no país, buscando um melhor desempenho dos atletas brasileiros nos Jogos do Rio de Janeiro. A previsão é de que R$ 1 bilhão sejam investidos por meio do plano no próximo ciclo olímpico. Recursos que serão somados a outros R$ 1,5 bilhão que já eram previstos pelo governo em investimentos para o esporte no período, totalizando R$ 2,5 bilhões nos próximos quatro anos.


- Como sede dos Jogos (Olimpíadas de 2016), é muito justo que as nossas ambições sejam ainda maiores em termos de vitórias e de medalhas. Mas querer, esperar e ambicionar, ainda que sejam sentimentos e posturas absolutamente essenciais, não garantem por si só as conquistas. Nós temos que acrescentar o verbo fazer. E para isso, é óbvio que o esforço individual, a superação, a capacidade de vocês (atletas) tem que receber também o suporte e o apoio do governo, do Estado e da sociedade brasileira - disse a presidente Dilma em discurso dirigido aos mais de 50 atletas olímpicos e paralímpicos presentes no Palácio do Planalto.
- É muito importante esse investimento e dá tranquilidade para desenvolver o trabalho. Nas Olimpíadas do Rio, o Brasil tem todas as chances de conquistar mais medalhas. Eu mesmo adoro competir dentro de casa porque o apoio da torcida é bem grande - celebrou a judoca Mayra Aguiar, medalha de bronze até 78 kg em Londres 2012.
Mesmo sentimento do maior atleta paralímpico da história do país, o nadador Daniel Dias, que foi homenageado na cerimônia e disse acreditar que o Brasil tem todas as condições de alcançar um excelente desempenho em 2016.
- É o momento de agradecer todo apoio e por acreditar no atleta paralímpico. Tudo que o atleta precisa é de incentivo. E nós estamos vendo por esse programa, que o governo está disposto a incentivar. Tivemos uma ótima participação nas Paralimpíadas de Pequim-2008 e Londres-2012 e confio em resultados melhores no futuro.


Novas metas
Juntamente com o anúncio dos investimentos, o governo divulgou metas ambiciosas de conquistas para os Jogos Olímpicos do Rio.
- Projetamos o Brasil entre os 10 primeiros colocados nos Jogos Olímpicos e entre os cinco primeiros colocados nos Jogos Paralímpicos - afirmou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que não quis determinar se a meta é para o quadro de conquistas totais de medalhas ou de conquistas de ouro.
- Eu sempre vejo as duas tabelas - esquivou-se Aldo.
Nas Olimpíadas de Londres, o Brasil alcançou o seu maior número de medalhas em uma única edição dos Jogos, com 17 conquistas (3 de ouro, 5 de prata e 9 de bronze). Resultado que colocou o país na 14ª colocação na classificação do total de medalhas. No entanto, se levado em conta o quadro mais comum, com peso maior para as medalhas de ouro, o Brasil cai para a 22ª posição.
- Eu acho que cobrança é natural. A meta do governo é a mesma que o COB colocou, de ficar entre os 10 primeiros no total de medalhas - disse o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman.
Já nas Paralimpíadas, o Brasil conquistou 43 medalhas em Londres (21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze). No quadro do total de medalhas, o país ficou na 9ª colocação, mas na classificação pelas medalhas de ouro, foi o 7º.


O plano
Depois de reuniões com federações e confederações, o governo federal selecionou para participar do plano Brasil Medalhas 21 modalidades olímpicas e 15 paralímpicas em que o Brasil tem mais chances de conquistas nos Jogos de 2016. Os investimentos nessas modalidades serão divididos em duas vertentes: R$ 690 milhões destinados a projetos de apoio aos atletas e R$ 310 milhões para a construção de centros de treinamentos. Cerca de 70% dos recursos virão do Orçamento Geral da União (OGU) e o restante será arrecadado por meio de investimentos de empresas públicas.
Entre as inciativas voltadas para os atletas está o programa pódio,que inclui duas novas categorias de bolsas a atletas de alto rendimento: o Bolsa-Pódio, com benefícios de até R$ 15 mil mensais; e o Bolsa-Técnico, com benefícios de até R$ 10 mil mensais.


Poderão participar do programa atletas de modalidades individuais que, entre outros critérios, estejam entre os 20 melhores no ranking mundial. O programa também prevê bolsas de até R$ 20 mil para compra de equipamentos, até R$ 5 mil para contratação de especialistas (como nutricionistas e psicólogos), além do apoio para treinamentos e competições no extreior.
- Temos casos de atletas que não seguram na classificação porque muitas vezes não tem uma passagem para competir. Eu acho que isso nós precisamos resolver - disse o ministro Aldo.
Além dos investimentos nos atletas, o plano Brasil Medalhas também pretende reformar e construir 21 centros treinamentos para esportes olímpicos espalhados por todo o país e um centro integrado para esportes paralímpicos, que deverá ficar no estado de São Paulo.
- Esse centro paralímpico vai ser de alto rendimento e naquilo que o atleta paralímpico tem de especificidade. Mas em vários esportes, como no remo, o olímpico e o paralímpico poderão dividir o mesmo centro de treinamentos, até porque são administrados pela mesma confederação. Por isso optamos por concentrar em apenas um centro específico para os paralímpicos - explicou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parson.


Gestão brasileira competente gera bons resultados nas Paraolimpíadas


Durante os dez dias de competições nos Jogos Paraolímpicos de Londres, os atletas brasileiros brilharam a frente de nações fortes, como a Alemanha, Itália e França. Ocupando o sétimo lugar no quadro geral de medalhas, o Brasil trouxe da terra da rainha 43 medalhas, sendo 21 de ouro, 14 de prata e oito de bronze.
Excelência na gestão - O desempenho notável dos atletas, que superou os resultados dos competidores nas Olimpíadas, deve-se à gestão competente do Comitê Paralímpico Brasileiro, segundo Lauter Nogueira, técnico e comentarista esportivo da TV Globo.
“O Comitê Paralímpico fez um belíssimo trabalho, com metodologia. Eles transformaram parcos recursos em uma ajuda de ouro”, comenta. Daniel Biscola, técnico de esporte de rendimento do SESI-SP, acrescenta: “Hoje o Comitê Paralímpico Brasileiro é referência para diversos outros comitês do mundo inteiro”.


Para Nogueira, existem dois horizontes diferentes e bem definidos: o Brasil como potência paraolímpica e o País “infinitamente distante do tão sonhado título de potência olímpica”. Isso se deve ao fato de que, além da administração da verba do comitê, “feita de forma próxima ao excelente”, o preparo de atletas paralímpicos costuma ser mais rápido do que o de atletas olímpicos.
“Em quatro anos você consegue detectar um talento paraolímpico e torná-lo um medalhista. Já no caso Olímpico, é preciso de no mínimo dois ciclos olímpicos, coisa de dez anos para transformar um atleta em um medalhista”, avalia Lauter.
E o fato de a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), por exemplo, focar o seu trabalho em grupos pequenos de atletas agrava ainda mais a situação do esporte olímpico no Brasil. É o que acredita Biscola.
“Hoje temos uma grande equipe de atletismo que monopoliza quase todos os atletas. A Confederação trabalha um grupo pequeno de atletas, sempre os mesmos”, considera o treinador.


Em contrapartida, o que o Comitê Paralímpico tem feito com excelência, segundo Lauter, é a detecção de novos talentos nos esportes e o desenvolvimento desses atletas. Mesmo o brasileiro gostando de esporte, o País sofre com o “mal da monocultura esportiva”. E também existe uma demanda reprimida de locais para a prática.
Dessa forma, o incentivo aos atletas deficientes é maior, pois eles conseguem encontrar, com mais facilidade, locais para treinar, seja de ONGs, clubes ou instituições beneficentes que desenvolvam o treinamento do esporte paralímpico.

 
“Existe um grande universo de entidades que tem um trabalho bom na formação esportiva. Primeiro na reabilitação do atleta, que é parte importantíssima no processo de desenvolvimento do talento paralímpico”, explica Biscola, citando entidades como a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) e APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).
Mais atletas, mais esportes, mais medalhas - Esta edição dos Jogos Paraolímpicos apontou um desenvolvimento inédito do esporte adaptado no Brasil. Enquanto nos outros anos um ou dois atletas eram responsáveis pela maioria das vitórias, em 2012 as medalhas foram “pulverizadas em um número maior de atletas”.


E não só mais esportitas que conseguiram destaque, mas também mais esportes. A bocha, modalidade que nunca havia proporcionado pódio ao País, voltou este ano com três medalhas de ouro e uma de bronze.
“O Brasil precisa manter os atletas que se destacaram e ampliar ainda mais o leque de participantes”, sugere Biscola.
Expectativas - Como tem se mostrado o desenvolvimento do esporte paralímpico no Brasil, a perspectiva é que a delegação para as próximas edições dos Jogos seja cada vez maior, com o surgimento de novos atletas, e com mais conquitas.
Em comparação com os Jogos Olímpicos, “fica muito mais difícil você tirar da cartola, nos esportes individuais, novos atletas que serão medalhistas em 2016. Se eles não apareceram até agora, eles não vão mais aparecer”, explica Lauter Nogueira, que é otimista em relação ao desenvolvimento de novos atletas paralímpicos, capazes de atingir, em quatro anos de preparo, marcas de alto nível nos esportes.


Representatividade - Mesmo com resultados excelentes de prática e desenvolvimento, o esporte adaptado ainda tem pouca representatividade no Brasil. O treinador Daniel Biscola critica o “peso diferenciado” que é dispensado na mídia para o esporte paralímpico em relação ao olímpico.
“Em Londres, por exemplo, o destaque nos jornais para as Paraolimpíadas foi o mesmo dado às Olimpíadas. A imprensa no Brasil ainda trata o esporte de modo diferente, não foi dado o mesmo tratamento”, avalia Biscola.


Concordo com a tese de Biscola quando diz do tratamento diferenciado entre Olimpíadas e Paraolimpíadas, somente a SporTV em um de seus canais deu prioridade, muito pouco para o retorno que os atletas trouxeram. Aposto que se a Record tivesse dado prioridade tambem as Paraolimpíadas, poderia ter trazido um retorno bem maior do que trouxe as Olimpíadas ao canal. Fora que poderia contar com entrevistas exclusivas e matérias com familiares e incentivar o esporte paraolímpico brasileiro. Mas independente da mídia ou não, o importante é que esses super atletas nos trouxeram um retorno fantástico e realmente o trabalho do CPB - Comitê Paralímpico Brasileiro foi e é fantástico, tive a oportunidade de ver as propostas e posturas que eles tiveram na última Reatech - Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade – e simplesmente foi perfeito, tanto as palestras, quanto o ambiente e a organização do CPB, que simplesmente vem garimpando esses atletas nos 4 cantos do país, pois só isso para explicar as medalhas vindo do Interior de SP, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e de todas as partes do nosso imenso país!!! É uma prova viva de que quando tem pessoas gabaritadas e com vontade de vencer, as coisas no nosso país caminham e são sucesso, pois somos um país de guerreiros prontos para a batalha, só nos faltam pessoas sérias no comando para direcionar todo esse potencial brasileiro!!!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Prata em Londres, Odair dos Santos tem recepção de herói em Limeira

Segundo colocado nos 1.500 metros da classe T11 do atletismo nos Jogos Paralímpicos, brasileiro é recebido pelo prefeito Orlando José Zovico



Medalhista de prata nos Jogos Paralímpicos de Londres, o corredor Odair dos Santos foi recebido com festa na cidade de Limeira, na tarde desta terça-feira. Ao lado do guia Carlos Antônio dos Santos, o brasileiro foi o segundo colocado na prova dos 1.500m rasos classe T11, com o tempo de 4m03s66, ficando atrás do queniano Samuel Kimani, que estabeleceu um novo recorde mundial: 3m58s37.
Apesar de não ter conquistado o tão sonhado ouro em Londres, Odair dos Santos retornou à Limeira com status de herói e com a medalha de prata no peito. Ao lado de Carlos Antônio dos Santos - Bira -  (nos eventos paralímpicos, os guias também recebem premiação) e de sua família, ele foi recebido pelo prefeito Orlando José Zovico e outras autoridades da cidade.


Antes de chegar a Londres, Odair dos Santos intensificou seu treinamento. O atleta passou a treinar todos os dias com Fabio Breda, técnico nacional de atletismo do Comitê Paralímpico Brasileiro e diretor técnico do Centro de Treinamento Limeira Paraolímpico, que também esteve presente à solenidade desta terça-feira.
A fase final de preparação de Odair aconteceu na cidade espanhola de Sierra Nevada. Neste local, o atleta realizou treinamentos em altitude, já que os kenianos têm como costume treinar neste tipo de adversidade, o que faz com que levem vantagem quando a competição em questão é realizada a nível do mar.


Odair dos Santos tem seis medalhas paralímpicas, porém, segue sem a medalha de ouro. Em Atenas-2004, ele conquistou duas de prata nos 1.500 e 5.000 metros, além de uma de bronze nos 800 metros. Em Pequim-2008, o brasileiro ficou com três de bronze, nas provas dos 1.500m, 5.000m e 10.000m.
Em Limeira, Odair dos Santos conta com a estrutura do Centro de Treinamento Limeira Paralímpico (CTLP), instituição que atende pessoas com deficiência física, visual e intelectual na área esportiva. O Centro oferece as modalidades de atletismo, natação e goalball.


Parabéns para Odair pelo atleta e exemplo que és, e em especial ao seu guia, o nosso querido Bira, que junto de nosso atleta paraolímpico trouxe esse resultado fantástico para o Brasil, porém, independente disso, o importante foi ter representado a nossa pátria e mostrar ao mundo e principalmente para o nosso próprio país, o valor do esporte paraolímpico brasileiro e o quão ele deve ser incentivado e apoiado tanto pelo governo federal, quanto empresas privadas e principalmente pela própria população!!! Eles fizeram a parte deles lá em Londres, consagrando o nome de nosso país, agora falta a nós fazermos a nossa!!!

Medalhistas potiguares em Londres ganham festa na chegada a Natal

Edênia Garcia, com uma prata, e Joana Maria Silva, com um bronze, conquistaram as únicas medalhas do Rio Grande do Norte em Londres



As nadadoras Edênia Garcia e Joana Maria Silva desembarcaram na tarde desta terça-feira no Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Parnamirim, trazendo uma bagagem mais do que especial: a medalha paralímpica conquistada nos Jogos de Londres 2012. Uma festa foi preparada para a delegação potiguar pelos familiares dos atletas, que levaram faixas, cartazes e vestiam camisas comemorativas em homenagem às medalhistas. A comitiva potiguar também foi composta pelos nadadores Francisco Avelino e Adriano Lima, além de membros da comissão técnica.


Edênia, que participou dos Jogos Paralímpicos pela terceira vez, conquistou a prata na prova dos 50m costas S4. Nas duas participações anteriores, a cearense radicada em Natal já havia conquistado uma medalha de prata nos Jogos de Atenas, em 2004, e um bronze em Pequim, em 2008. Emocionada, ela conta que não esperava uma recepção tão calorosa como a que recebeu.
- Eu me assustei com a recepção, mas fiquei muito feliz em poder representar o nosso Estado. Tive um resultado muito bom, conquistei minha terceira medalha individual e agora é rumo a 2016 - fala a nadadora.


Já "Joaninha" estreou nos Jogos Paralímpicos com um bronze, que veio na prova dos 50m borboleta S5. A potiguar contou que não imaginava participar de um evento tão grande como as Paralimpíadas e agora só pensa em se preparar para os Jogos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro.
- A minha participação foi muito boa, foi única e quero repetir novamente em 2016, no Rio de Janeiro. Eu tinha dois sonhos: um era ser mãe, que eu já sou, e o outro era de participar de uma Paralimpíada, que foi sensacional - conta.
Após a recepção, os atletas seguiram em carreata por algumas avenidas da cidade, finalizando o trajeto no largo do estádio Arena das Dunas, em Lagoa Nova.
Valeu demais pelo desempenho dessa meninas que trouxeram esses resultados importantíssimos e colocaram o nome de nosso país em destaque através de seus esforços e trabalhos!!! Mais uma vez, parabéns meninas!!!

Medalhistas das Paraolimpíadas são recebidos como heróis na Paraíba

Estado tem a base da seleção de Goalball e de Futebol de Cinco, que conquistaram prata e ouro respectivamente

 


Os atletas que treinam na Paraíba e que participaram das Paralimpíadas de Londres desembarcaram na tarde desta terça-feira no Aeroporto Castro Pinto, em João Pessoa. Eles foram recepcionados com uma grande festa por familiares e amigos e desfilaram em carro aberto pelas ruas da cidade.
José Roberto Pereira e Romário Marques, que ganharam a medalha de prata no Goalball e chegaram durante a madrugada, também marcaram presença no aeroporto. Artilheiro nos Jogos depois de marcar 23 gols em oito jogos, Romário fez um balanço sobre o desempenho do Brasil.
- É um projeto que está sendo planejado desde 2008. Nós tivemos muita confiança desde o início num resultado positivo como este. Não trouxemos a medalha de ouro, mas não ficamos frustrados, pois a prata vai ficar marcada na história do goalball brasileiro - destacou.


Depois de sete meses sem ver a família, o nadador Phelipe Andrews matou a saudade dos parentes. Ele é nascido em Pernambuco, mas é radicado na Paraíba, terra de seus familiares. Nos Jogos, ele conquistou a medalha de prata dos 100m livre da categoria S10 com o tempo de 52s42.
- Essa medalha tem um significado especial, já que antes de disputar a prova dos 100m livre nadei os 50m e não conquistei a medalha. Eu era um dos fortes candidatos ao ouro, mas fiquei muito nervoso e acabei fazendo uma má saída e uma má chegada. Posso até ser um pouco egoísta, mas sempre fico lutando para me superar. Agora é o momento de descansar e aproveitar as férias - comentou Phelipe.
No Futebol de Cinco, a Seleção Brasileira sagrou-se tricampeã dos Jogos Paralímpicos de Londres e manteve a hegemonia do país na principal competição da modalidade. A conquista veio depois da vitória contra a França por 2 a 0.
No elenco estavam os paraibanos José Antônio Ferreira Freire, presidente do Instituto dos Cegos e que viajou como coordenador técnico do time; dos jogadores Marcos José Alves e Severino Gabriel da Silva, o Bill; e dos goleiros Daniel Dantas e Fábio Vasconcellos. Este último desembarcou em Campina Grande, por causa do nascimento da filha.


- O adversário mais difícil da gente foi a Argentina na semifinal. Por sinal, eu deixei minha marca com um gol de pênalti. A cada ano que se passa vai ficando mais complicado os Jogos. Mas agora vou me preparar para poder participar das Paralimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro - revelou Bill, que marcou um dos gols da final ao lado de Jefinho.
Apenas os goleiros do Futebol de Cinco não possuem deficiência. Mas se engana quem pensa que a dificuldade deles diminuem durante as disputas. Daniel fala das dificuldades do jogo e se diz emocionado com a conquista da medalha de ouro.
- Não é porque eu enxergo a partida fica mais fácil. É preciso ficar sempre atento com as bolas, porque nós nunca sabemos direito quando vai vir um chute – frisou.
Ele fala ainda da emoção de jogar pela Seleção Brasileira:
- É com muita satisfação que eu represento o Brasil e a Paraíba. É uma emoção muito grande. Não tenho palavras para descrever. Como campeão é a primeira vez que eu desfilo em um carro aberto. A repercussão é muito grande e a sensação é de dever cumprido - finalizou o goleiro.


Parabéns à esses guerreiros que mesmo com todas as dificuldades na vida e no esporte se superaram e representaram dignamente o paradesporto brasileiro!!! Vocês são super atletas e o orgulho de todos os brasileiros!!!

Bragança faz festa para Daniel Dias: 'não há nada que pague isso'

Em carro aberto, nadador desfila pela cidade onde vive, Bragança Paulista, e afirma: 'não vejo motivos para sair daqui'

 

 

Bragança Paulista esteve em festa na manhã desta quarta-feira, 12, para receber Daniel Dias. Maior recordista de medalhas paralímpicas do Brasil, o nadador desembarcou na cidade onde vive em meio a muitos aplausos e gritos de apoio.
No peito, o atleta carregava as seis medalhas de ouro conquistadas em Londres. Ao receber o carinho dos conterrâneos, o discurso não poderia ser diferente.


- Estou muito feliz em ter esta recepção. Foi muito legal o desfile em São Paulo, mas aqui é diferente. Minha família e meus amigos estão aqui. Gosto muito de Bragança Paulista e não vejo motivos para sair daqui - declarou.
As festividades começaram na prefeitura do município, às 10h. O prefeito e os secretários do município organizaram um café da manhã para o atleta, parentes, amigos e fãs. Após os discursos, Daniel Dias e o técnico Marcos Rojo Prado foram premiados com placas de honra ao mérito.


 Na porta da prefeitura, um caminhão de bombeiros estava pronto para fazer o desfile pela cidade. Ao percorrer as ruas do centro de Bragança de Paulista, a sirene anunciava a passagem do atleta. Em cima do caminhão, Daniel Dias acenava para os moradores, que aplaudiam e gritavam ao ver o atleta.
- Receber este carinho é muito bom. Não há nada que pague isso - ressaltou o nadador.


Daniel Dias, TUDO o que a nação fizer por você ainda é pouco pelo orgulho que você nos proporcionou e a lição de vontade de viver, que inspira à todos e principalmente aos nossos jovens deficientes que através de você, encheram-se de coragem e estão saindo de casa com vontade de praticar esportes que até pouco tempo para eles seria algo impossível e você tornou esse sonho em realidade!!! Parabéns ao nosso campeão!!!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Herói paraolímpico, Andre Brasil sonha com vaga nas Olimpíadas do Rio

'Não me sinto ídolo, mas quero chegar mais à frente e saber que eu fiz o meu papel', disse o nadador, dono de cinco medalhas nos Jogos de Londres

 


Ao posar para as fotos, Andre Brasil ajeita cuidadosamente as cinco medalhas que carrega no peito. Com três ouros e duas pratas nas Paraolimpíadas de Londres, o nadador já se acostumou ao peso extra. Mas, de volta ao país depois de se consagrar como um dos maiores nomes da história do esporte paraolímpico nacional, ele quer mais. E, embora ainda não saiba quais serão seus passos até 2016, Andre mantém o sonho de disputar, também, os Jogos Olímpicos do Rio.
Quando criança, Andre sofreu poliomielite (paralisia infantil). Passou por um longo processo de tratamento, mas que não evitou algumas sequelas. Ainda assim, disputa provas tradicionais ao lado de nadadores sem deficiência. Com bons resultados pelo Pinheiros, o dono de dez medalhas paraolímpicas (foram cinco nos Jogos de Pequim) acredita que poderia conquistar uma vaga no revezamento 4x100m livre nos Jogos do Rio.


- É um sonho. Pode não acontecer, pode ser que eu consiga ir apenas para o Pan. Mas é um sonho. E eu vou tentar estar na seleção olímpica. [...] Ali, em Londres, não me senti um nadador com deficiência. Sou um atleta como (Michael) Phelps, (Cesar) Cielo. Sou um nadador para 2016 - afirmou Andre.
Estar nos Jogos Olímpicos não é o único sonho de Andre. Com alguns dos melhores resultados do Brasil em Londres, o nadador diz que a torcida ainda não encara o atleta paraolímpico como um ídolo. Ele, no entanto, acredita que os Jogos do Rio podem ajudar a mudar esse panorama.
- Os atletas paraolímpicos são referência, mas não são ídolos. Mas quero mudar isso. Ver, lá na frente, atletas com resultados ainda melhores que os meus. Acho que estamos em um caminho bem bacana, com alguns tropeços no caminho. No Brasil, o esporte paraolímpico ainda depende muito das ONGs. Sou um abençoado, tenho um clube e patrocinadores fortes para me ajudar. Mas, às vezes, concentramos em poucos atletas e esquecemos o básico. Estamos engatinhando. São 30 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, mas muitas delas estão largadas. [...] Não me sinto ídolo, mas quero chegar mais à frente e saber que eu fiz o meu papel.


Nos Jogos do Rio, Andre, de 28 anos, ainda não sabe se terá condições de disputar todas as oito provas que nadou em Londres. Afirma que deverá “enxugar” a lista até 2016. Nome a ser batido em suas provas nos últimos Jogos, o nadador afirma que sentiu o cansaço pesar em algumas disputas.
- A sensação que eu tive era de que eu era o nome a ser batido em Londres. Pouco importa se sou atleta olímpico ou paraolímpico, o que quero é sempre elevar o esporte a um nível diferente. Mas acho que senti um pouco o peso da idade. Ficou mais pesado. Foram dez dias, com provas em oito. Algumas eliminatórias eu precisei fazer bastante esforço, me doeram muito mais do que em Pequim. Com 28 anos, saí dos 400m (prova em que ficou fora do pódio), muito mais cansado.Tive alguns resultados prejudicados por isso. Saí com um pouco de decepção, queria seis medalhas individuais, não importava a cor. Mas a grande lição foi que chegou o momento de focar mais nos resultados que eu posso conquistar, enxugar um pouco as provas.
Para Andre, falta uma divulgação maior do esporte paraolímpico fora da época de grandes competições. Mas o nadador acredita que a situação pode melhorar até 2016.
- Nós temos um calendário, boas competições. O que nós não temos é divulgação. Eu brinco e digo que o esporte paraolímpico é como um cometa. Falam sobre isso umas semanas antes dos Jogos, durante os Jogos e duas ou três semanas depois. Quando passar, ninguém vai querer falar do Andre, do Daniel (Dias), da Terezinha (Guilhermina). Com certeza, mudou muita coisa. Quatro anos atrás, a realidade era outra.

Confira as medalhas de Andre em Londres:
§         prata nos 200m medley SM10
§         ouro nos 100m borboleta S10
§         ouro nos 50m livre S10
§         prata nos 100m costas S10
§         ouro nos100m livre S10 da natação


André Brasil, este brasileiro que carrega o nome de nossa própria em eu sobrenome, merece o reconhecimento de todos, pois és uma pessoa incrível, um atleta dedicado e de um caráter inquestionável!!! Parabéns pelas suas vitórias, pois elas foram conquistadas com o suor do seu rosto, contando azulejo por azulejo, até se consagrar em Londres!!! Que essa história ganhe só mais uma vírgula e que esperamos a sua presença e mais uma consagração no Rio 2016!!! Valeu André Brasil!!!